E assim estaremos meu amor
Desfraldando asas, desde o ardor da aurora
Até ao intenso crepúsculo do nosso querer.
Acendendo velas, vincando lençóis
Com uma vontade incontrolável
Despontando no corpo aromas
Tons de fogo e suave dor.
E assim ficaremos meu amor
Envoltos na fragrância inquieta do travesseiro
Quebrando encantos, juras, fantasias eternas.
E assim amanheceremos juntos
Com as mãos avidamente enlaçadas
E com flores na alma pousadas.
E assim ficaremos meu amor
Com os nossos braços presos
Numa graciosa e ébria dança
Absorvendo afagos loucos e êxtase
Buscando em nós, formas ensolaradas de Outono.
E assim ficaremos meu amor…
Desnudados, encostados, eretos
Diante de um fonema doce e aquoso.
Despontando desejos côncavos
Cobrindo e ancorando
Na boca purpurina e sôfrega do poema
O néctar de um beijo agridoce.
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