quinta-feira, 2 de julho de 2015

O VELHO E A TIGELA DE MADEIRA (REFLITA)



Era uma vez um velho muito velho, quase cego e surdo, 
com os joelhos tremendo. Quando se sentava à mesa para comer, 
mal conseguia segurar a colher. Derramava a sopa na toalha e, 
quando afinal, acertava a boca, deixava sempre cair um bocado pelos cantos. 
O filho e a nora dele achavam que era uma porcaria e ficavam com nojo. Finalmente, 
acabaram fazendo o velho se sentar num canto atrás do fogão. Levavam comida para 
ele numa tigela de barro e o que era pior nem lhe davam o bastante. 
O velho olhava para a mesa com os olhos compridos, 
muitas vezes cheios de lágrimas.
Um dia, suas mãos tremeram tanto que ele deixou a tigela cair no 
chão e ela se quebrou. A mulher ralhou com ele, que não disse nada, 
só suspirou. Depois ela comprou uma gamela de madeira bem baratinha 
e era ali que ele tinha de comer. Um dia, quando estavam todos sentados 
na cozinha, o neto do velho, que era um menino de quatro anos, 
estava brincando com uns pedaços de pau. O que é que você está fazendo? 
– perguntou o pai. Estou fazendo uma tigelinha de madeira, para papai e 
mamãe poderem comer quando eu crescer – o menino respondeu. O marido e 
a mulher se olharam durante algum tempo e caíram no choro. Depois disso, 
trouxeram o avô de volta para a mesa. Desde então passaram a comer todos juntos e, 
mesmo quando o velho 
derramava alguma coisa, ninguém dizia nada.

COMO VOCÊ ENCHERGA O MUNDO



Um ancião descansava num banco de madeira à sombra de uma árvore, 
quando foi abordado pelo motorista de um automóvel:
- Bom dia, meu amigo!

- Bom dia!

- O senhor mora aqui?

- Sim, há muitos anos...

- Estarei vindo de mudança para cá e gostaria de saber como é o povo daqui.

- Deixe-me perguntar-lhe uma coisa primeiro, como são as pessoas lá da sua cidade?

- Ah! De onde venho o povo é gente boa, fraterna. Fiz muitos amigos. Só estou 
saindo de lá por imperativos da profissão.

- O senhor é um homem de sorte, meu filho. Esta cidade é exatamente igual a sua. 
Vai gostar daqui!

O forasteiro agradeceu e partiu. Minutos depois apareceu outro motorista e tem a 
mesma conversa com o ancião. O ancião, lançou-lhe a mesma pergunta:
- Como são as pessoas lá da sua cidade?

- Horríveis! Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante! Não fiz um único 
amigo naquele lugar!

- Sinto muito, filho, você está sem sorte, pois aqui encontrará exatamente o mesmo ambiente.

Um rapaz, que a tudo assistiu, não se conteve:
- Senhor, não pude deixar de ouvir as duas conversas... como pode responder à mesma 
pergunta com duas respostas tão diferentes uma da outra?

- Nós vemos e julgamos o mundo a partir da nossa própria ótica, a partir do que nós 
mesmos somos.

Uma pessoa fofoqueira, por exemplo, de imediato enxergará todos os fofoqueiros da cidade; 
uma pessoa agressiva, de imediato enxergará todos os agressivos deste lugar.

O primeiro homem enxergará as pessoas boas e fraternas deste lugar; o outro, bem, 
enxergará os orgulhosos, os preconceituosos e os arrogantes.

A cor do mundo, portanto, depende da nossa ótica. O exterior estará sempre refletindo 
o que levamos no interior.

MOTIVAÇÃO DO DIA...( DE O PRIMEIRO PASSO )


Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, 
entraram em conflito.
O que começou com um pequeno mal-entendido, explodiu numa troca de palavras ríspidas, 
seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
- Estou procurando trabalho. Sou carpinteiro. Talvez você tenha algum serviço para mim.
- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu irmão 
mais novo.
Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? 
Pois use para construir uma cerca bem alta.
- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos.


O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.
O homem ficou ali, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez da cerca, 
uma ponte foi construída ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, 
mas o fazendeiro ficou enfurecido:
- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei!
Mas, ao olhar novamente para a ponte, viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. 
Mas permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo então falou:
- Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.
De repente, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se no meio da ponte.
O carpinteiro começou a fechar a sua caixa de ferramentas.
- Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você!
E o carpinteiro respondeu:
- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...
Como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e construíssemos 
pontes com nossos semelhantes e principalmente nossos inimigos...

Muitas vezes desistimos de quem amamos por causa de mágoas e mal-entendidos.
Deixemos isso de lado.
Ninguém é perfeito, mas alguém tem que dar o primeiro passo.